quinta-feira, 28 de outubro de 2010

senta que lá vem história...

Ontem foi meu último dia dirigindo o caminhão por Chicago e Fort Wayne. Pelo menos por alguns meses.

E eu achei que ia estar feliz com isso, mas na verdade eu não estava tããão feliz como esperava. Primeiro que eu sempre tive medo daquele caminhão amarelo ahaha e eu fui meio que jogado nessa história de "coletar roupas", mesmo sem ter experiência nenhuma com caminhão. Então eu realmente tinha medo, porque uma coisa é dirigir na estrada onde o que você precisa é de atenção e cuidado, outra coisa é dirigir em um centro urbano, com ruas estreitas com carros e pessoas por todo o lado. Nesse caso o que você precisa é de habilidade e experiência, daí vinha meu medo....de fazer um tremendo estrago em terras gringas hahaa.

Eu até podia pedir para me substituírem, mas aí eu falei para mim mesmo que eu tinha que superar meu medo e dominar aquela parada hahaha. Bom...nunca se sabe se na África será necessário conduzir um caminhão cheio de alimentos ou remédios, então era bom que eu aproveitasse a chance de aprender agora. E foi o que eu fiz. Mas agora que encontraram um substituto para mim....eu vou sentir falta. Hahaha.

Porque por maior que fosse meu temor em conduzir aquele treco enorme, minha vontade de pegar essas estradas americanas era maior ainda. Existe algo sobre elas que eu não sei explicar, talvez seja devido ao fato deu ser um filho da geração coca-cola e ter crescido vendo filmes e seriados americanos com aquelas road-trips animais de amigos indo para a California, ou quando um cara pegava sua namorada e simplesmente atravessava as estradas com deserto por todo o lado em direção ao México...era assim que me sentia, como se estivesse num filme (tudo bem que quem estava ao meu lado era o gordeenho do coreano John Lennon..) ounvindo rock n roll no último volume e gritando os refrões de cada música conhecida.

Toda vez que eu pegava a estrada eu me sentia genuínamente livre. Eu tinha a mesma sensação da época do colégio quando eu falava para minha mãe que eu estava doente para ir estudar e ela me deixava ficar em casa e aí eu ia no vizinho passar o dia inteiro jogando video-game. =)

E ontem foi o último dia, então eu pensei que ia ser um passei no parque. Não podia estar mais enganado. Enquanto eu diriga, estava ouvindo as notícias e elas eram mais ou menos assim "Essa será a pior tempestade dos últimos 70 anos". "Foram dados 17 alertas de tornados pelos estados de Illinois, Indiana e Michigan." (simplesmente os estados que ia atravessar naquele dia).

Realmente estava ventando muito, muito forte e o céu tinha aquela cara de que o mundo vai cair. Parecia a cena do Independence Day, quando aquela nave gigante invade a cidade deixando aquele breu por todo o lado. E para ajudar tudo, eu tinha que deixar uma voluntária na principal estação de trem de Chicago porque ela tinha que ir até a embaixada ver uma parada de passaporte...enfim...eu tinha que me meter no centro da cidade onde o caos reina.

Eu não me importo em dirigir em Chicago, mas eu evito. Porque ali é cidade grande, buzina e congestionamento sem parar e isso me lembra São Paulo e as únicas coisas que eu não quero me lembrar de São Paulo são as buzinas e os congestionamentos, mas tudo bem....foi engraçado uma hora. Apesar de odiar trânsito, eu não sou de me estressar e sair xingando, mas dessa vez foi inevitável. Eu estava meio perdido no meio de Chicago, porque algumas vias que eu conhecia estavam fechadas meu....eu tinha um GPS comigo, mas o GPS tava meio doidão, eu estava numa rua e ele dizia que eu estava em outra, então você consegue imaginar alguém atrasado, num trânsito caótico, perdido e ainda tinha que dirigir um caminhão em direção à uma região onde o governo americano simplesmente soltou 17 alertas de possíveis tornados. Deixa os nervos de qualquer um abalados.

Então o que aconteceu foi o seguinte: eu fiquei parado num farol vermelho e um taxista ficou buzinando para mim durante uns 30 segundos (FDP!!!) Deixa eu explicar porque o taxista ficou puto porque eu segui a lei e não avancei num farol vermelho.

Aqui nos EUA, as leis de trânsito existem, mas às vezes parece que o que é mais usado é o bom senso. Por exemplo, em alguns momentos o farol pode estar vermelho para você, no entanto se você for virar à esquerda ou à direita, você pode seguir, se não estiver vindo nenhum carro. Sim...você pode avançar no farol vermelho algumas vezes ahahah. O mesmo se aplica ao sinal verde, em certos momentos você não pode avançar ahahaha. Imagine a mesma situação, você tem que virar à esquerda ou à direita e o farol está verde para você, mas se algum carro estiver vindo em sua direção na faixa contrária, você tem que dar preferência para eles, até que não tenha nenhum carro vindo em sua direção, você deve aguardar...mesmo que o sinal esteja verde para você. Confuso?? Se coloque na situação então ahahah

E foi por isso que o taxista estava puto comigo, porque eu estava num farol vermelho e eu ia virar à direita e baseado no bom senso, eu podia furar o farol vermelho, mas eu não queria ahahaha. Porque às vezes eu não tenho certeza quando eu posso e quando eu não posso, afinal...o que é bom senso para você às vezes não é para mim. Então segui o conselho de uma americana aqui: se você não tem certeza, não vá. Sendo assim, eu não fui. Aí quando o farol abriu e eu segui em frente (após o taxista ter me torrado a paciência com sua buzina) ele parou do meu lado no próximo semáforo para me xingar. Acontece que ele era um Paquistanês ou Indiano ou sei lá (esses caras dominam os táxis nos EUA) e começou a me xingar em inglês com um sotaque puta difícil, e eu como estava meio puto comecei a retrucar.

Então foi um incrível go fuck yourself pra cá, um motherfucker pra lá. Pensa só na cena de dois estrangeiros se xingando em plena Chicago hahaha, e claro, em momentos de nervosismo seu inglês pode falhar um pouco, então pensando depois no que aconteceu, aquilo ali pareceu a hilária cena da cadeia do filme "Meu Nome não é Johnny", onde rola o fuck tu, fuck eu, fuck o caralho todo. Hahaha, mas enfim...no final o cara me deixou falando sozinho e eu soltei um belo "vai toma no meio do seu..." bem à moda paulistana....MEU!

Na hora de coletar as roupas, eu não vi tornado nenhum, mas os ventos estavam fortíssimos, em certos momentos eu parecia um homem andando na Lua e aquela velha piada que falam quando você é magro, de que se um vento bater você vai sair voando, estava quase se tornando realidade, mas no final tudo terminou tranquilamente.

Digo, quase terminou.

Porque quando eu já estava no meu quarto de motel, de banho tomado, assistindo de boa "Uma Noite no Museu", alguém bate na minha porta. Puta estranho...eu vou ver quem é...e eram duas garotas. Loiras. Gostosas.

E o que se segue é o seguinte diálogo:

Uma delas me pergunta com aquela voz de secretária safada
- Heey....você nos chamou???.
Eu todo sem jeito
- Hã....não...
- Mesmo? Nós recebemos um chamado do quarto 255..
- Acho que vocês erraram de motel...eu não liguei para ninguém
- Ahh....ok, mas o que você vai fazer no resto da noite? Não quer se divertir um pouco??

2 segundos de hesitação

- Eu vou....dormir...estou cansado..
- Que pena.

Eu fecho a porta, me sento na cama e começo a me perguntar o que caralho acabou de acontecer. Tudo bem que eram duas prostitutas, mas sabe aquelas histórias de filme pornô, que não possuem roteiro nenhum...onde duas garotas batem na sua porta querendo sexo e tal?? Não?? Bem...foi isso que aconteceu....e certas coisas só acontecem uma vez na vida. E duas loiras se oferecendo para você quando você menos espera definitivamente é uma dessas coisas. O John Lennon começou a rir da minha cara, dizendo que eu era gay....e eu concordei com ele. Acontece que naqueles dois segundos de hesitação - onde, como qualquer homem no mundo, se considera a possibilidade - eu pensei nela. Naqueles dois segundos eu pensei na menina que eu amo. Então eu disse não.

Mas ainda inconformado com o que aconteceu, eu saí para fumar. Só que tomei a saída de emergência, que levava para o estacionamento na parte de trás do motel e o que eu encontro ali.....dois carros policiais, com as duas garotas cercadas pelos policiais.

Prostituição é ilegal nos EUA...dá cana e é cana séria. Eu não sei o que aconteceu....se a gerência do motel ligou para a polícia dizendo que tinha duas prostitutas rodando o motel ou se as garotas eram policiais disfarçadas...de qualquer maneira, eu escapei por um triz de ser preso, julgado e com sorte, ser deportado de volta para o Brasil. Tudo porque eu disse não. Se eu digo para aquelas meninas entrarem no meu quarto...nao consigo nem imaginar o rolo que ia ser.

Um amigo meu disse que foi meu anjo da guarda ahaha, uma amiga disse que foi sorte. Eu digo que anjo da guarda e sorte não tiveram nada a ver com o caso, o que me salvou ali foi meu amor por uma garota. E essa não é a primeira vez que pensar nela me salva de uma série de problemas...acho que foi a terceira ou quarta vez que acontece...quando estou prestes a tomar uma decisão que irá me encrencar (mesmo que eu não tenha a menor idéia do que está para acontecer, como nesse caso...) e eu penso no rosto e no sorriso dela...eu me salvo.

Dia tumultuado foi esse...e eu pensando que ia ser um passeio no parque...hahaa

Em todo o caso, não pegarei as estradas mais por um tempo...fiquei meio triste em pensar que não irei desfrutar mais daquela liberdade que só as viagens de carro na estrada te dá. Não irei mais desafinar enquanto canto alto músicas country, blues e Metallica ahahaha, nem irei correr a 90 milhas por hora, enquanto as placas indicam 55. Ahh outra coisa, sobre o trânsito aqui...a galera não entende muito o conceito de sinais de velocidade. Quando a placa indica 55, eles correm a 80. Quando indica 35, eles andam a 20....sério, ahaha. Bom..irei me dedicar mais aos meus estudos para a África por hora.

Hoje à noite vai acontecer uma competição de quem faz melhor uma abóbora de Halloween ahaha, bacana...não vejo a hora de chegar dia 31 e sair pelas ruas daqui, batendo na porta e dizer "Doce ou Travessura" ahaha

No sábado de manhã haverá um evento aqui em Dowagiac onde iremos participar cozinhando para sem-tetos da região. Meio que preparação para o Thanksgiving (outro evento super-americano que não vejo a hora de chegar). Bem legal...

Vou deixar um video que o Lennon fez enquanto eu dirigia o caminhão e (tentava) cantava uma bela canção de Lynyrd Skynyrd, que é uma das minhas bandas favoritas desde sempre (eles fizeram aquela "Sweet Home Alabama" e tal...). Na minha opinião é a banda que tem a melhor trilha sonora para traduzir a sensação de estar nas estradas dos EUA.

PS: ainda preciso fazer um post sobre esse coreano maldito. O cara é muito engraçado.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

L.H.P.

Eu estou meio atrasado aqui nos posts, mas que se dane. Vou contar sobre a semana passada.

Como já falei, recebemos a visita dos Young Detroit Builders. Garotos que não terminaram o colegial e estavam seguindo pelo caminho do crime nas ruas de Detroit até que se inscreveram para os YDB, onde eles recebem cursos profissionalizantes, aulas para receberem o certificado de ensino médio (algo como o supletivo) além de salário. Ou seja...eles têm todos os motivos do mundo para "correrem pelo certo".

Muita coisa rolou, então acho que só vou falar sobre algumas coisas. Primeiro que meu roommate era um brother chamado Louis Berry...e ele era de longe o mais gordo dos caras hahaha. Era também um dos mais gente finas, ele era cheio de querer botar moral nos outros porque ele era literalmente gigante tanto pra cima quanto pros lados. Então toda vez que a galera ficava nos corredores conversando de madrugada ele aparecia e começava a falar com uma voz de oficial da lei: "Clearly, vocês estão incomodando todos os outros residentes desse prédio, então eu terei que pedir para vocês deixarem as dependências do mesmo e irem levar essa conversa de merda para outro lugar."

E todos os dias eu pegava no pé dele com esse "clearly" (algo como obviamente). Hahahah, e ele ficava sem reação, imagina um branquelo 50cm menor que ele tirando onda na frente dos brothers dele. Mas tudo bem, ele entendeu a piada e no final ele até ria de si mesmo.

Essa foi uma grande barreira no início para todos nós: como quebrar o gelo com o pessoal sem parecer nada forçado. Bom...algumas pessoas tiveram dificuldade com isso e simplesmente os ignoravam e alguns deles faziam o mesmo...simplesmente não faziam questão de conhecer ninguém, mas estes foram poucos.

Mas sei lá...para mim não foi um problema de maneira nenhuma. Porque acho que desde os meus tempos de colégio eu SEMPRE conversei e tratei as pessoas da mesma maneira, não importando a cor da sua pele ou a sua classe social. No trabalho eu podia ter uma conversa com diretores da empresa cheio dos títulos e MBA´s e tal e com o pessoal da limpeza semi-analfabeto. Tenho amizades em São Paulo com pessoas que moram no Jardins e com pessoas que moram na Zona Leste. Nunca tive problema nenhum com essa parada de classe social. Então pra mim sempre foi muito fácil transitar entre festas de aniversário no Morumbi ou na Cohab (hahaha sério mesmo).

No meu último trabalho lá no Brooklin, a maioria das vezes que eu saía para fumar na rua eu encontrava um mendigo que rodava numa bicicleta. E algumas vezes ele me pedia um cigarro ou esperava eu quase terminar para pegar a bituca hahahah, puta escroto, eu sei, mas o brother era mendigo...fazer o que. Mas o fato era que a gente sempre conversava de boa e uma coisa que foi muito engraçada foi quando eu estava saindo do escritório e ele tava passando pela rua na mesma hora e ME OFERECEU um cigarro. Cara....essa deve ser uma das coisas mais difíceis de acontecer na vida: para um mendigo te oferecer um cigarro, você tem que ser muito gente fina ahahah.

Sem querer mostrar que eu sou o brother simpatia, mas uma vez eu fui assaltado e consegui negociar com os pilantras o que eles iam tomar de mim. Hahahah, juro por Deus....mas enfim, chega de querer me mostrar o cara sangue-bom.

O meu ponto é que eu não dava a mínima se eles eram negros, pobres e ex-delinquentes (tá...essa parte me preocupou um pouco ahaha), mas quem eu sou para julgar as escolhas de uma pessoa sem saber sua história de vida. Então eu simplesmente os tratei como trato qualquer outro tipo de pessoa que acabo de conhecer. Eu meio que sigo o conselho do Chorão: "tem que saber chegar...tem que esperar sua vez...".

Mentira, eu acabei de pensar nisso e achei que ia ser legal escrever.

Só que o cara que eu fiz amizade mesmo foi um dos instrutores deles, o Gil: um loiro dos olhos azuis, cara de durão e uma tatuagem dizendo "Marines". Bom...o cara simplesmente parecia ter saído de um filme do Bruce Willis. E ele foi um ex-Marine mesmo.

As Forças Armadas dos EUA são divididas em quatro: Força Aérea, Marinha, Exército e Marines (que segundo o Gil, são os filhos-da-putas mais durões que você pode conhecer). Hahhahaa, o cara era muito gente fina. Sempre tinha uma piada suja para contar pra gente. "Hey Vinny, o que o poker e o sexo têm em comum? Se você não tiver um bom parceiro é bom que você tenha uma boa mão!!"

E ai de você de cometer o engano de dizer que ele foi do exército. Ele simplesmente respondia com uma cara brava: "você sabe o que significa a sigla ARMY (exército)? Ain´t Ready for Marines Yet (Não Estão Prontos para os Marines Ainda)" hahahha, é muita moral.

Então ele começou a pegar no meu pé.

- Uma hora que eu estava pintando uma tábua ele gritou para todo mundo "Aí pessoal, o Vinny aqui pintando é igual velho fazendo sexo: lento e desleixado".

- "Vinny, imagina a situação: você foi acampar com uns amigos, num dia você acorda com a sua bunda doendo e uma camisinha usada do seu lado. Você contaria para alguém?" E eu "Nunca!!" e ele "Quer ir acampar comigo?" Hahahhaa, fdp...

- "Vinny, você podia ser um NAVY (Marinha)" E eu todo orgulhoso "Sério? Por que?". "Bom Vinny....você sabe o que significa NAVY né....Never Again Volunteer Yourself (Nunca Mais Seja um Voluntário).

Hahahaha, porra, o cara só tirava com minha cara. Mas tudo bem...o cara era um Marine, ele tem muita moral. hahhaha. De qualquer maneira o que mais me impressionou no cara foi a humildade dele. Porque meu trabalho um dia era "liderar" uma equipe para mexer em alguns dos aquecedores dos nossos quartos. E minha equipe era ele, o coreano John Lennon e um garoto dos YDB que eu esqueci o nome. Só que meu....o trabalho do Gil era de instrutor de mecânica em Detroit. Ou seja....ele sabia 20 vezes mais do que eu sobre o que a gente tinha que fazer. Mas mesmo assim ele me deixou "liderar" a parada e ouvia o que eu sugeria para fazermos e acatava minhas "ordens".

Po..tudo bem que ele foi das Forças Armadas e sabe o que é uma ordem. Mas seguir o que um brasileiro de 24 anos que você mal conhece está dizendo?? Tudo bem que tudo eu estava dizendo estava correto....mas mesmo assim, é preciso ter um tipo de humildade que eu ainda preciso aprender a ter.

E foi isso que eu tirei dos dias com os Young Detroit Builders...continuar a tendo como pensamento que a cor da pele de uma pessoa não tem maior significância que a cor de seus olhos (óóó lá, Bob Marley hein) e que humildade é sempre a melhor maneira de ganhar o respeito de alguém.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

vini, the dancer

Depois do Vini dançar salsa...veio a vez do Hustle. Que é um estilo de dança americana (e que estou muito cansado no momento para contar a história).

Hahahha, pode crê, nesses 3 últimos dias recebemos a visita dos caras que ando falando sobre, os Young Detroit Builders e cara, foi muito louco. Imagina nossa escola sendo "invadida" por uns 18 caras e 1 garota e o choque cultural que foi. Como a única garota, a Alana, apontou "Vinnyyy!! Nós realmente somos os únicos negros por aqui?? E como eu bem falei no último post...caraaaca brother, o inglês dos "manos" é complicado ahahah.

No próximo post eu conto mais sobre o que rolou nesses últimos dias. Só vou adiantar que tentei ensinar futebol para eles e eles tentaram me ensinar o basquete. Todos falhamos miseravelmente na empreitada hahaha. Fomos bem-sucedidos em algumas coisas ao menos: eu ensinando as gírias de São Paulo e palavrões em português e eles me ensinando o mesmo hahaha. Convenhamos, gíria é essencial para saber se virar por aí.

E outra...ontem a noite todos nós aprendemos umas danças com eles e uma das músicas que eu, sem modéstia alguma, dominei, foi essa: Cupid Shuffle. Essa música entrou na minha cabeça como há muito tempo não acontecia hahaha, juro...

Por favor, tentem imaginar eu, branquelão, dançando essa parada com os brothers numa balada, animal ahaha, sério. Comecei umas poucas e boas amizades com alguns deles....apesar de demorar para compreender o que eles costumavam dizer ahhaha. Espero poder encontrá-los novamente.

Agora vou procurar alguma muleta por aí, porque americanos definitivamente não sabem jogar futebol. =/

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

U-S-and A, baby

Uma coisa que eu percebi em mim há muito tempo atrás é que eu observo demais as pessoas. Em qualquer lugar que eu vá, eu reparo muito nas coisas ao meu redor, mas principalmente nas pessoas.

Acho que todo mundo faz isso na verdade, mas de qualquer maneira... e isso é muito divertido de se fazer enquanto você está morando em outro país.

Quer dizer, óbvio que você não precisa ser nenhum observador para ver as claras diferenças entre um país diferente do seu, mas o que eu quero dizer é reparar nos "jeitões" diferentes das pessoas.

Por exemplo, eu achava que meu inglês estava indo muito bem por aqui, até conhecer os Young Detroit Builders (aqueles garotos que não terminaram escola e estavam a meio caminho da criminalidade etc. etc.), e o inglês deles é muito, mas muito difícil. Todo jovem negro aqui parece que fala igual ao Soulja Boy...e você já tentou entender o que diabos o Soulja Boy tá falando nas músicas dele??? E também não sei porque ele usa esse nome Soulja Boy Tell´em (traduzindo..."Garoto Soldado(?!) Diga à Eles") porque é puta difícil entender o que ele quer dizer ahahah...mas enfim....

E eu não estou sendo preconceituoso, porque as melhores e mais profundas conversas que tive por aqui foram com negros, mas eles sabiam falar o inglês ahahah. A comparação óbvia seria um americano tentando conversar com um moleque de São Paulo que usa a gíria das favelas. Digo..."gíria não, dialeto" (Salve salve Racionais)

Ou as senhoras que cuidam Gas Station em Hamlet, Indiana (e me deixam sempre pegar um hot-dog de graça porque eu sou "really cute" hahaha). Essas duas senhoras usam aquele inglês que sei lá....seria meio que o nosso caipira do interior paulista ahahha. Sabe aquele sotaque mais cantado e carregado?? Então...sei lá, não dá pra explicar por aqui na verdade.

Mas como dizia aquele ditado: "um vídeo do Youtube vale por mil palavras". Então vou postar um vídeo aqui que mostra muito como é os EUA que eu conheço.

Eu achei incrível como as pessoas e os cenários nesse clipe do Jakob Dylan (filho de Bob Dylan..Amém!) retratam bem os EUA que eu vejo.

Priiiincipalmente nas imagens das estradas e dos caminhoneiros (afinal, sou um verdadeiro Siga-Bem-Caminhoneiro por aqui), mas enfim...haha, ahh e a música é muito boa também. Claro né....sendo filho do Bob Dylan (Amém!) fica fácil.

A cena do bar de beira de estrada no final do vídeo também é muito, mas muito real...saca aquele tipo de bar que só entra cara durão?? Aquele maluco que entra num lugar e impõe respeito??

Pois é....o Vini aqui quaaaase foi se meter a jogar sinuca com eles, mas o bom senso falou mais alto...


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"seja realista: exija o impossível" (ah..bons tempos..)

Semana passada estreou aqui nos EUA o filme "A Rede Social" que conta a história da criação do Facebook e algumas partes obscuras dos bastidores de sua criação antes dele se tornar esse fenômeno mundial.

O filme levantou algumas questões aqui nos jornais e revistas dos EUA sobre essas redes sociais da Internet, mas a única em que eu parei para ler foi um artigo do New Yorker, onde o autor questiona a capacidade das redes sociais, mais especificamente o Twitter e o Facebook, de serem ferramentas de "revoluções"...sua capacidade de mudar o mundo, no sentido idealista das palavras "mudar o mundo."

O artigo me chamou a atenção porque eu lembro que mais ou menos no meu aniversário do ano passado estavam acontecendo as revoltas contras eleições presidenciais do Irã e como o Twitter teve um papel em toda essa história. Com os jovens enviando relatos ao vivo (com fotos e videos também) de toda a repressão governamental que estava acontecendo e me lembro de pensar também que até que enfim o Twitter estava servindo para alguma coisa.

Porque convenhamos....o Twitter é uma merda.

Primeiro que sei lá....98,2% do que tem no Twitter é lixo. Todos já viram algum post escroto do tipo "me arrumando pra balada!!! vai bombar!!!" ou menina dizendo "indo pra academia agora...xau!!"

Tipu assim.....FODA-SE BROTHER!! Porque voce quer que todo mundo saiba disso?? Essas pessoas são quase iguais aquelas que colocam frases no nick do msn do tipo: "oq q foi aquela balada ontem??? sem coments rs rs rs". Todo mundo sabe do que eu estou falando e todo mundo ou sente dó ou desprezo por um(a) sujeito(a) que escreve essas coisas. Porque essa necessidade de contar cada 4 minutos da sua vida...tipu..imagina que escroto o post: "dando um cagão! rsrs" aí você lê embaixo que o maluco enviou o texto pelo Blackberry....meu, na moral...(tá...isso até que ia ser engraçado hahaha) mas na maioria das vezes é um bando de gente escrota querendo aparecer.

Mas enfim...cada um perde o seu tempo como preferir....quem sou eu pra julgar...(mas vá se fode com esses tweets "indu viajar....FUUII" né...)

Ok. Agora que eu desabafei, vamos voltar à reportagem. Então...eu realmente pensei que era muito legal que os jovens iranianos estavam usando o Twitter como um meio de mostrar ao mundo o que realmente estava acontecendo nas ruas por lá e também cheguei a pensar que essa parada podia mudar o mundo.

Mas depois de ler a reportagem do sujeito...eu voltei a pensar naqueles protestos animais que rolavam décadas atrás. Eu, por exemplo, sou um apaixonado pelas histórias dos jovens no ano de 1968. Como os estudantes na Itália e na Espanha ocuparam diversas universidades, ou como os estudantes franceses fizeram greves e mais greves em Maio de 68, como reformistas e intelectuais da Tchecoslováquia lutaram por mais liberdade num Estado socialista, o que ficou conhecido com a Primavera de Praga. Meu..até no Brasil estavam rolando umas paradas sinistras, teve até a Batalha da Maria Antônia, ali no Mackenzie (só de pensar nas tantas vezes que fiquei bêbado por ali...). Realmente foi uma época que eu queria ter vivido, porque a vontade de fazer algo era colocada em prática e não ficava só no discurso ou na Internet.

Aí eu penso que todos os protetos contra a Guerra do Vietnã, as marchas pelos Direitos Civis dos Negros entre inúmeras e inúmeras outras, aconteceram sem a porcaria do Facebook e Twitter. Ou seja, hoje é muito fácil você entrar na comunidade "Contra a Desigualdade no Mundo" no Orkut ou sei lá...colocar umas fotos de crianças morrendo de fome no seu Facebook. Tipu...muito legal que você se importa, mas de novo...foda-se, saca?

A galera hoje tem umas idéias de ser revolucinário meio estranhas. Nunca vou me esquecer em 2008 (tentando) andar pela Av. Paulista, em São Paulo, mas a porra toda estava uma zona, porque estavam rolando uns protestos contra a visita do Bush à São Paulo. Mano....o maluco ainda estava no avião passando pelo Caribe e a pivetada toda xingando o Bush. Brother...imagina que cena zuada...um bando de moleque de 15, 16 anos protestando contra o Bush, atrapalhando o trânsito inteiro....dava vontade de sair na voadora naqueles pirralhos que entraram na comunidade do "Protesto contra Bush - Dia 08 de Março!!!" Meu...sei lá...porque você tá protestando contra o Bush velho....na moral, vai ter 15 anos e vai atrás de alguma mina ou se trancar no banheiro com a Playboy das Loiras do Tchan, não enche o saco dos outros não vai...

Mas eu até entendo vai. Quando eu tinha 13 anos em 1999, rolou a Batalha de Seattle e eu confesso que queria ter participado da zona toda hahaha....eu sempre fui meio rebelde sem causa mesmo...ou não...sei lá

Tá, eu tô divagando demais aqui e me desviando do que eu quero realmente dizer. Que é: o ativismo digital não basta. Se você quer realmente fazer alguma coisa, você tem que sair da sua cadeira e fazer alguma coisa. Se você não quer, ok...não faça, mas não torra os outros...vai, sei lá....twitar sobre o porquê seu papi cortou sua mesada...

Uma coisa que eu gosto sempre de pensar é em como Gandhi (aahh...meu herói) colocou o Império Britânico de joelhos...e isso era sei lá...1940 e ele fez tudo o que fez, com protestos pacíficos, comprometimento com a não-violência e uma causa justa (nada de protesto de um bando de virgem contra os EUA na hora do rush em SP) e SEM Facebook, Twitter, Orkut ou Formspring.

Putz...Formspring é coisa de menininha fofoqueira hein, na moral...

PS: sim, eu uso facebook, orkut e msn, mas com o único propósito de trocar piadas ruins com os amigos. Segue um exemplo: o Palhaço Torricelli

Sem graça né....eu sei (mentira ahahahahaha é mto boa essa piada)

domingo, 3 de outubro de 2010

longe de casa..há mais de umas 8 semanas...milhas e milhas distante...

Dois meses longe de casa. Acho que é uma boa hora para fazer um balanço do que mudou em mim até agora e como estou me preparando para a África.

Bom, pra começar a principal mudança definitivamente foi aprender a viver com completos estranhos, me comunicando com eles em uma língua estrangeira em um país em que nunca estive antes. No entanto, apesar dessa ser a principal mudança ela não foi nada traumática, pois eu não sou o único a experenciar isso aqui. TODOS os jovens aqui estão aprendendo a viver com estranhos, falando numa língua que não é sua nativa e vivendo nos EUA pela primeira vez. Então estamos todos no mesmo barco juntos, qualquer voluntário novo que chega, obviamente, leva uns dias para não se sentir completamente estranho, mas logo nos adaptamos a isso.

E quando eu digo a viver com completos estranhos, é viver em comunidade mesmo. Com cada um fazendo a sua parte para o bem de todos...e é essa parte que eu acredito ser a mais importante desse “treinamento” de meses que os voluntários passam pelos EUA. Não são os estudos de história e política africana, não são os documentários e debates sem fim sobre fome, meio-ambiente, guerra, etc. O maior aprendizado aqui (para mim pelo menos) é a viver e trabalhar em comunidade, pois você irá para a África para dar cabo de um determinado projeto e irá viver nas vilas paupérrimas de lá. Ou seja, não é uma idéia muito genial pensar que pode fazer tudo sozinho, pois ninguém pode. Especialmente se falando em África. Um homem sozinho naquele continente é um homem morto (não é a toa que um dos maiores castigos que se pode receber por lá é ser expulso de seu clã, tribo, família...)

Agora falando de outras mudanças.....hahaha, bom....eu já mando bem na cozinha. Estou aprendendo muito ainda, mas pelo menos sei que ninguém mais irá morrer de fome comigo no comando. Pois é...como já falei, acontece com todo cara, chega um momento na vida que ele tem que repensar sua reputação sabe-nada-de-cozinha.

Outra coisa, a última vez que tomei alguma coisa alcoólica foi na minha despedida no Brasil...também né...começou às 11 da noite de uma sexta e foi terminar às 9 da manhã do domingo....ahahhaha. Não, mas sério, 2 meses já sem beber nada e confesso que as únicas vezes que me fez falta foi quando assisti aos videos do Youtube com meus amigos bebados fazendo merda. Então para aqueles que estavam fazendo um bolão, apostando que eu não chegava aos 25...vocês se fuderam hahaha.

E já que estamos falando de saúde, eu estou malhando também...é....

Tipu, eu sempre, mas sempre mesmo, achei academia um saco...mano, todo mundo acha academia um saco, até as pessoas que estão todo dia lá, porque a parada é muito chata mesmo. E o único motivo para eu estar malhando (5 vezes por semana mermão) é porque eu definitivamente vou precisar de preparo físico para a África e porque a academia aqui fica a 20 metros do meu quarto haha....é...eu só não vou lá de terça e quarta porque eu estou em Chicago levantando mais de 3.000 libras (não aprendi ainda quanto isso significa em kilos ahaha) em roupas e móveis doados e isso é exercício mais do que suficiente para mim. E ahhh, também estou fazendo uma bebida no liquidificador muito da bacana para antes da malhação: 7 bananas, 3 ovos, leite, aveia, mel e proteína (mais uma dica do vini! haha). Pois é...nas palavras do meu brother colombiano aqui “Bini, esta muy buena, macho!!”

Ok, calma...antes que comecem a pensar que eu vou voltar completamente diferente...relaxa...eu ainda sou aquele cara bonito, charmoso, cavalheiro e modesto que vocês conheceram.

Enfim, eu estou aprendendo muita coisa todos os dias aqui. Sempre tem algo novo para você fazer. Semana passada eu aprendi a consertar asfalto e ontem eu cortei madeira pra caral... sério, eu estava um autêntico lenhador nesse puta frio...com camisa xadrez de flanela e gorro da Nike (?! ahahah) faltou só a barba...enfim....o meu ponto é que estamos sempre aprendendo coisas malucas que provavelmente nunca usaremos de novo....mas até aí o vestibular é assim também...então...

Agora sobre o que eu estou aprendendo que definitivamente terei que usar na África....bom....o meu time não começou ainda, só em Novembro eu entro de vez mesmo no programa, então teoricamente meus estudos não começaram ainda. Teoricamente.

Como mamãe bem sabe, eu tenho esse problema com livros. Eu simplesmente não consigo ler um livro só por vez. Minha média no Brasil eram uns 4 livros ao mesmo tempo. Fato que deixava minha mãe maluca porque eu não gastava meu salário com roupas novas para mim...e sim comprando um livro sobre...sei lá....a criação de um banco de microcrédito para pobres em Bangladesh (hahah, você por acaso sabe onde fica Bangladesh no mapa??). E quando eu digo que isso é um problema, é porque nesse exato momento estou olhando para uma pilha de livros que eu peguei por aqui. Contando assim por cima...brother...acho que tem mais de 25...fora os livros que eu baixei da internet..que deve dar mais uns 25...então eu tô lendo cerca de 7 livros ao mesmo tempo. E o que me deixa triste é pensar que eu não vou ter tempo para ler todos eles.

Porque eu trouxe do Brasil uns 8 livros sobre Economia na África. Livros com teorias do porquê a ajuda financeira para o continente devia parar (uma vez que ela existe há mais de 50 anos e a África tá pior do que era 50 anos atrás), ou livros sobre Políticas Comercias na África Tropical....mano, enfim, livros que para 11 em cada 10 pessoas achariam um saco ahhaha. E eu achei que eles bastariam para mim....só que eu cometi o erro de olhar UM POR UM dos livros disponíveis por aqui...aí fodeu...fui achando livros sobre a História dos Antigos Impérios da África, sobre a Formação Geológica da África após o Big-Bang, sobre a situação dos Refugiados de Guerra no continente, sobre Estudos Econômicos de Casos de Sucesso de países como Cabo-Verde ou Botswana...ou seja...mais livros “interessantíssimos” né... (hahah, é...tenta achar Cabo-Verde ou Botswana no mapa...) mas desde a faculdade eu sou obsecado em aprender tudo sobre a África...mas TUDO mesmo...eu até baixei um livro sobre as crenças astronômicas dos antigos povos africanos ahaha, muito louco meu...um dia eu conto a lenda do porquê o Sol e a Lua estão no Céu =)

Ahh, a parada ficou tão bizarra que estou para encomendar um livro para aprender Swahili, que é o idioma mais falado no continente africano.

Falando em idiomas....eu estou com o mesmo problema nessa área também. Meu brother coreano aqui, o John Lennon haha, me arranjou um programa de ensino de idiomas....puta merda, ele não devia ter feito isso...agora estou aprendendo Italiano, Alemão, Árabe e Russo. Isso porque eu trouxe, para continuar praticando, um livro de sociologia em Francês e “Cem Anos de Solidão” do Gabriel Garcia Marquez em Espanhol.

Aí você me pergunta: pra quê caralho eu estou estudando árabe, russo, etc. etc...cara, eu não sei. Isso porque eu me recusei a estudar Coreano, Japonês e Chinês (vai se fuder também né...). Só que assim como os livros, eu também temo não ter tempo de estudar todas elas....e isso também me deixa triste. Mas pra dizer a verdade eu só estou levando a sério o Francês, Espanhol e Italiano....Alemão, Árabe e Russo tá sendo só pra me divertir.

Agora uma coisa que eu tenho que começar a manjar muito rápido mesmo é sobre algo que eu estou chamando de “tecnologias ambientais alternativas” (pode crê, estou até dando nome agora pros meus estudos).

Desde que cheguei aqui, eu me interessei em trabalhar e aprender sobre o cultivo da terra. Então eu comecei a me familiarizar bastante com o estudo da Permacultura (juro que um dia eu faço um post detalhado sobre isso), pois como todos sabem a má nutrição e a fome são males constantes na África, afetando principalmente as crianças. Então, já me decidi que é para esse caminho que irei seguir no período na África, pois supondo que a fome não mate as crianças...elas carregaram as consequencias da má nutrição para o resto de suas vidas e isso está diretamente ligado à Economia de um país. Sim, porque essas crianças mal-nutridas serão a futura força de trabalho de uma nação. Como se espera que as crianças, o futuro de qualquer país, possam tirar seus países da lama quando na infância não tiveram uma educação de nível nem uma alimentação BÁSICA para o seu desenvolvimento?

Mas enfim, voltando às tecnologias ambientais alternativas....eu estou estudando também sobre soluções simples para problemas que terei que enfrentar na África. Por exemplo, água contaminada. Sabia que a diarréia é uma das principais causas de morte por lá?? Pois é, a diarréia brother...quantas mortes seriam evitadas tomando cuidados mínimos com a água que se toma, que se usa para lavar alimentos e roupas....então uma solução muito simples para tal é simplesmente ferver a água. Simples, mas não são todas famílias que possuem meios de ferver uma água...inacreditável né....em todo caso, uma solução que aprendi foi desinfetar água através do Sol. Você só precisa de uma garrafa PET transparente e 6h de exposição ao Sol e mais nada.

E esse é o exemplo mais tosco que eu dei porque não aguento mais escrever (e você de ler), mas tudo o que estou estudando é partindo desse princípio, que usando a natureza a seu favor você pode encontrar soluções para problemas sérios do dia-a-dia na mato africano. Quando eu sentir que já tenho alguma moral vou estudar sobre técnicas de irrigação com bambum e construção de tanques de água com sistema de captação de água da chuva =)) hahaha, tô fudido

E aaacho que é isso meu. Estou fazendo meu melhor para me preparar bem nesses 7 meses que me restam aqui nos EUA. Cuidando da minha parte física e da minha parte intelectual....afinal, como dizia o Bezerra da Silva...”mente sã, corpo são”.

Tá, não foi ele...eu sei....quais as chances do Bezerra da Silva ao menos cogitar em pensar “mente sã, corpo são”??

Hahahahaha e eu não tenho a menor idéia porque estou encerrando esse post falando sobre o Bezerra da Silva...